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Cientistas descobrem primeiro planeta habitável fora do Sistema Solar
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Cientistas descobrem primeiro planeta habitável fora do Sistema Solar
Se as pesquisas espaciais fossem representadas por imagens terrenas, seria possível dizer que o homem encontrou um novo continente. Ou, pelo menos, indícios de outro lugar com características propícias à vida. Cientistas norte-americanos divulgaram ontem a descoberta do primeiro exoplaneta (fora do Sistema Solar) potencialmente habitável, com características semelhantes às da Terra. O corpo celeste fica a uma distância de 20,3 anos-luz daqui, próximo a uma estrela-anã vermelha chamada Gliese 581.
Os pesquisadores da Universidade de Santa Cruz, na Califórnia, e do Instituto Carnegie, em Washington, passaram 11 anos observando a estrela — e seus planetas. Com a ajuda de telescópios instalados no Havaí, eles conseguiram identificar a massa e a órbita do chamado Gliese 581g, além da distância entre ele e a estrela. O estudo, que foi submetido à publicação no Astrophysical Journal, também apontou uma temperatura média na superfície do local variando entre -31°C e -12°C.
» Leia reportagem completa na versão impressa do Correio
“Isso é apenas uma estimativa, uma vez que a temperatura depende da composição atmosférica do planeta, aspecto que nós não conseguimos observar com os atuais telescópios”, explica Douglas Galante, doutor em astrobiologia pela Universidade de São Paulo. Douglas ressalta que essa é a primeira vez que cientistas conseguem encontrar um planeta dentro da chamada zona habitável. Essa zona é encontrada a partir de cálculos da distância entre o planeta e sua estrela. Com isso, os cientistas conseguem prever a existência, ou não, de água em estado líquido, essencial à vida.
O astrônomo Steven S. Vogt, um dos líderes do estudo, ressaltou ao jornal inglês The Guardian a importância da descoberta: “Nós tínhamos planetas dos dois lados da zona habitável, um muito quente e outro muito frio. Agora temos um exatamente no meio, no lugar certo”.
Para concluir que o novo planeta tem condições para a vida, os pesquisadores observaram atentamente o comportamento da estrela Gliese 581. “Buscar exoplanetas é uma coisa mais complicada do que parece. Então, nós utilizamos técnicas para tentar perceber o movimento da estrela”, esclarece Douglas. Em sistemas solares, o astro principal não fica estático, e é isso que ajuda os pesquisadores. “Essa descoberta foi difícil, porque o planeta é tão pequeno que a variação da Gliese 581 também é baixa”, contou Eugenio Rivera, um dos autores do estudo, ao Correio. “Outro problema é que os outros planetas do sistema também exercem efeito sobre a estrela.”
Apesar da importância do achado, é pouco provável que o homem vá visitar o novo planeta. “Se andássemos na velocidade da luz, levaríamos 20 anos para chegar lá. Nossas sondas são ainda piores: se movem a um milionésimo da velocidade da luz”, compara o astrobiólogo da USP. Por causa disso, descobertas futuras sobre o “novo continente” dependem da evolução dos telescópios.
A colonização do espaço ainda pode estar distante da realidade, mas estudos como esse são essenciais para a ciência. “Com isso, podemos entender como acontece a formação de grandes e pequenos planetas”, destaca Douglas. A descoberta também permite que o homem observe como surgiu a vida. “Esse é um pequeno planeta que, muito provavelmente, tem uma superfície sólida e com água. Nós simplesmente vamos continuar observando o planeta e sua estrela. Novas tecnologias poderão, no futuro, nos ajudar a aprender mais sobre ele”, diz Eugenio Rivera.
Os pesquisadores da Universidade de Santa Cruz, na Califórnia, e do Instituto Carnegie, em Washington, passaram 11 anos observando a estrela — e seus planetas. Com a ajuda de telescópios instalados no Havaí, eles conseguiram identificar a massa e a órbita do chamado Gliese 581g, além da distância entre ele e a estrela. O estudo, que foi submetido à publicação no Astrophysical Journal, também apontou uma temperatura média na superfície do local variando entre -31°C e -12°C.
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“Isso é apenas uma estimativa, uma vez que a temperatura depende da composição atmosférica do planeta, aspecto que nós não conseguimos observar com os atuais telescópios”, explica Douglas Galante, doutor em astrobiologia pela Universidade de São Paulo. Douglas ressalta que essa é a primeira vez que cientistas conseguem encontrar um planeta dentro da chamada zona habitável. Essa zona é encontrada a partir de cálculos da distância entre o planeta e sua estrela. Com isso, os cientistas conseguem prever a existência, ou não, de água em estado líquido, essencial à vida.
O astrônomo Steven S. Vogt, um dos líderes do estudo, ressaltou ao jornal inglês The Guardian a importância da descoberta: “Nós tínhamos planetas dos dois lados da zona habitável, um muito quente e outro muito frio. Agora temos um exatamente no meio, no lugar certo”.
Para concluir que o novo planeta tem condições para a vida, os pesquisadores observaram atentamente o comportamento da estrela Gliese 581. “Buscar exoplanetas é uma coisa mais complicada do que parece. Então, nós utilizamos técnicas para tentar perceber o movimento da estrela”, esclarece Douglas. Em sistemas solares, o astro principal não fica estático, e é isso que ajuda os pesquisadores. “Essa descoberta foi difícil, porque o planeta é tão pequeno que a variação da Gliese 581 também é baixa”, contou Eugenio Rivera, um dos autores do estudo, ao Correio. “Outro problema é que os outros planetas do sistema também exercem efeito sobre a estrela.”
Apesar da importância do achado, é pouco provável que o homem vá visitar o novo planeta. “Se andássemos na velocidade da luz, levaríamos 20 anos para chegar lá. Nossas sondas são ainda piores: se movem a um milionésimo da velocidade da luz”, compara o astrobiólogo da USP. Por causa disso, descobertas futuras sobre o “novo continente” dependem da evolução dos telescópios.
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